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Cinelerra: mudanças entre as edições

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'''Cinelerra''' é um Sistema de edição não-linear livre para o sistema operacional GNU/Linux. É produzido por Heroine Virtual, e é distribuído sobre a GNU General Public License. Cinelerra também inclui um mecanismo de composição de video, possibilitando ao usuário executar operações de composição comuns como keying e mattes.
{{Software Infobox
| title = Cinelerra
| discontinued = no
| logo = Cinelerra-CV logo.svg
| screenshot =Screenshotcin3.png
| developer = Heroine Virtual
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O '''Cinelerra''' é um sistema de edição de vídeo não-linear (NLE) e composição digital, reconhecido como um dos primeiros projetos de nível profissional para o sistema operacional Linux. Lançado em 2002 pela Heroine Virtual, o software destacou-se desde o início por sua arquitetura robusta, projetada para processamento de áudio e vídeo em alta fidelidade.
 
Sua história é marcada por um modelo de desenvolvimento único que resultou na criação de múltiplas versões (''forks''), tornando o "Cinelerra" hoje um nome que representa uma família de editores com um ancestral comum, cada um com sua própria trajetória e comunidade.
 
== História: Pioneirismo e a Grande Divisão ==
 
=== A trajetória do Cinelerra é fundamental para entender o cenário de produção audiovisual no Linux. ===
 
===== Origens e o Modelo da Heroine Virtual (HV) =====
O Cinelerra surgiu a partir de um produto comercial anterior, o '''Broadcast 2000'''. Em 2002, seu desenvolvedor-chefe, Adam Williams (sob o pseudônimo "Heroine Warrior"), liberou o código-fonte sob a licença GPL. Assim nasceu o '''Cinelerra-HV''' (Heroine Virtual), a versão original.
 
O modelo de desenvolvimento era incomum para um projeto de código aberto: Adam Williams trabalhava de forma isolada, liberando "gotas" de código-fonte em intervalos de vários meses, sem um repositório público para colaboração ou contribuições diretas da comunidade.
 
===== O Surgimento da Versão Comunitária (CV) =====
Devido à dificuldade de contribuir com o projeto original, um grupo de desenvolvedores criou um ''fork'' em 2003, denominado '''Cinelerra-CV''' (Community Version). O objetivo era estabelecer um processo de desenvolvimento aberto, com um repositório público (inicialmente CVS, depois Git), listas de discussão e a capacidade de aceitar patches, corrigir bugs e empacotar o software de forma mais acessível para as diversas distribuições Linux.
 
A relação entre HV e CV era descrita como amigável, mas distante. O Cinelerra-CV incorporava as atualizações do HV quando eram lançadas, mas também seguia seu próprio caminho de desenvolvimento.
 
=== A Fragmentação e a Ascensão do Cinelerra-GG ===
Com o tempo, o desenvolvimento do Cinelerra-CV também desacelerou. Para dar continuidade ao projeto com um ritmo mais moderno e ágil, um novo e significativo ''fork'' foi criado a partir da base do CV: o '''Cinelerra-GG Infinity'''. Liderado por William Morrow ("Good Guy"), este ''fork'' rapidamente se tornou o mais ativo e inovador da família Cinelerra, incorporando suporte a tecnologias modernas e mantendo um ciclo de lançamentos mensais.
 
== Arquitetura e Filosofia Técnica ==
O Cinelerra foi projetado desde o início com uma mentalidade profissional, o que se reflete em suas escolhas arquitetônicas:
 
* '''Motor de 64 bits e Ponto Flutuante''': Uma das características mais notáveis, especialmente para a sua época, é o processamento de vídeo e áudio utilizando precisão de ponto flutuante de 64 bits. Isso permite um trabalho com cores de alta profundidade (high bit-depth) e manipulação de áudio sem perda de qualidade, minimizando artefatos de arredondamento em cálculos complexos.
* '''Motor de Composição Integrado''': Diferente de muitos NLEs que separam edição de composição, o Cinelerra trata cada trilha na ''timeline'' como uma camada em um compositor. Efeitos, máscaras e transformações são aplicados diretamente nas trilhas, permitindo a criação de composições complexas sem a necessidade de alternar para outro software.
* '''Interface Autocontida''': O Cinelerra não utiliza as bibliotecas gráficas padrão do ecossistema Linux, como GTK ou Qt. Ele renderiza sua própria interface gráfica (GUI). Embora essa escolha o torne independente do ambiente de desktop, ela também é a fonte de uma de suas maiores críticas: uma interface de usuário não convencional e uma curva de aprendizado íngreme para novos usuários.
 
== O Legado e o Estado Atual das Versões ==
Para um novo usuário, é crucial entender a diferença entre as principais variantes do Cinelerra.
 
* '''Cinelerra-HV (Original)''': É a versão de Adam Williams. Seu desenvolvimento é esporádico ou considerado inativo. Possui grande valor histórico, mas não é recomendado para uso em produção atualmente.
* '''Cinelerra-CV (Comunitário)''': Serviu como a ponte fundamental para a sobrevivência e evolução do projeto. Hoje, encontra-se largamente inativo e foi tecnicamente sucedido por outros ''forks''.
* '''Cinelerra-GG Infinity''': É, para todos os efeitos, a '''principal versão do Cinelerra em desenvolvimento ativo'''. Mantida por uma comunidade vibrante, esta versão oferece:
** Lançamentos mensais com correções e novos recursos.
** Suporte a formatos e codecs modernos, como H.264, H.265 e perfis de câmeras profissionais.
** Renderização acelerada por GPU (para certos efeitos e operações).
** Suporte para resoluções de até 8K.
** Ferramentas avançadas de correção de cor, vetorscópios e detecção de movimento.
 
[[Categoria:Software]]
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[[Categoria:Montagem]]
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[[Categoria:Pós-Produção]]
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Edição atual tal como às 18h32min de 2 de julho de 2025

Cinelerra
Desenvolvedor Heroine Virtual
Sistemas Nativos

Linux


Licença GNU GPL
Site Oficial https://cinelerra.org/

O Cinelerra é um sistema de edição de vídeo não-linear (NLE) e composição digital, reconhecido como um dos primeiros projetos de nível profissional para o sistema operacional Linux. Lançado em 2002 pela Heroine Virtual, o software destacou-se desde o início por sua arquitetura robusta, projetada para processamento de áudio e vídeo em alta fidelidade.

Sua história é marcada por um modelo de desenvolvimento único que resultou na criação de múltiplas versões (forks), tornando o "Cinelerra" hoje um nome que representa uma família de editores com um ancestral comum, cada um com sua própria trajetória e comunidade.

História: Pioneirismo e a Grande Divisão

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A trajetória do Cinelerra é fundamental para entender o cenário de produção audiovisual no Linux.

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Origens e o Modelo da Heroine Virtual (HV)
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O Cinelerra surgiu a partir de um produto comercial anterior, o Broadcast 2000. Em 2002, seu desenvolvedor-chefe, Adam Williams (sob o pseudônimo "Heroine Warrior"), liberou o código-fonte sob a licença GPL. Assim nasceu o Cinelerra-HV (Heroine Virtual), a versão original.

O modelo de desenvolvimento era incomum para um projeto de código aberto: Adam Williams trabalhava de forma isolada, liberando "gotas" de código-fonte em intervalos de vários meses, sem um repositório público para colaboração ou contribuições diretas da comunidade.

O Surgimento da Versão Comunitária (CV)
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Devido à dificuldade de contribuir com o projeto original, um grupo de desenvolvedores criou um fork em 2003, denominado Cinelerra-CV (Community Version). O objetivo era estabelecer um processo de desenvolvimento aberto, com um repositório público (inicialmente CVS, depois Git), listas de discussão e a capacidade de aceitar patches, corrigir bugs e empacotar o software de forma mais acessível para as diversas distribuições Linux.

A relação entre HV e CV era descrita como amigável, mas distante. O Cinelerra-CV incorporava as atualizações do HV quando eram lançadas, mas também seguia seu próprio caminho de desenvolvimento.

A Fragmentação e a Ascensão do Cinelerra-GG

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Com o tempo, o desenvolvimento do Cinelerra-CV também desacelerou. Para dar continuidade ao projeto com um ritmo mais moderno e ágil, um novo e significativo fork foi criado a partir da base do CV: o Cinelerra-GG Infinity. Liderado por William Morrow ("Good Guy"), este fork rapidamente se tornou o mais ativo e inovador da família Cinelerra, incorporando suporte a tecnologias modernas e mantendo um ciclo de lançamentos mensais.

Arquitetura e Filosofia Técnica

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O Cinelerra foi projetado desde o início com uma mentalidade profissional, o que se reflete em suas escolhas arquitetônicas:

  • Motor de 64 bits e Ponto Flutuante: Uma das características mais notáveis, especialmente para a sua época, é o processamento de vídeo e áudio utilizando precisão de ponto flutuante de 64 bits. Isso permite um trabalho com cores de alta profundidade (high bit-depth) e manipulação de áudio sem perda de qualidade, minimizando artefatos de arredondamento em cálculos complexos.
  • Motor de Composição Integrado: Diferente de muitos NLEs que separam edição de composição, o Cinelerra trata cada trilha na timeline como uma camada em um compositor. Efeitos, máscaras e transformações são aplicados diretamente nas trilhas, permitindo a criação de composições complexas sem a necessidade de alternar para outro software.
  • Interface Autocontida: O Cinelerra não utiliza as bibliotecas gráficas padrão do ecossistema Linux, como GTK ou Qt. Ele renderiza sua própria interface gráfica (GUI). Embora essa escolha o torne independente do ambiente de desktop, ela também é a fonte de uma de suas maiores críticas: uma interface de usuário não convencional e uma curva de aprendizado íngreme para novos usuários.

O Legado e o Estado Atual das Versões

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Para um novo usuário, é crucial entender a diferença entre as principais variantes do Cinelerra.

  • Cinelerra-HV (Original): É a versão de Adam Williams. Seu desenvolvimento é esporádico ou considerado inativo. Possui grande valor histórico, mas não é recomendado para uso em produção atualmente.
  • Cinelerra-CV (Comunitário): Serviu como a ponte fundamental para a sobrevivência e evolução do projeto. Hoje, encontra-se largamente inativo e foi tecnicamente sucedido por outros forks.
  • Cinelerra-GG Infinity: É, para todos os efeitos, a principal versão do Cinelerra em desenvolvimento ativo. Mantida por uma comunidade vibrante, esta versão oferece:
    • Lançamentos mensais com correções e novos recursos.
    • Suporte a formatos e codecs modernos, como H.264, H.265 e perfis de câmeras profissionais.
    • Renderização acelerada por GPU (para certos efeitos e operações).
    • Suporte para resoluções de até 8K.
    • Ferramentas avançadas de correção de cor, vetorscópios e detecção de movimento.